terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Yupiiiiiiii

Desde que me levantei não parei um minuto! Voltei ao laboratório e o artigo está quase pronto. Com a pica toda com que estava ainda comecei o poster. Depois fomos as três às compras para a nossa estadia em Kirchberg. Tenho uma manica tográfica nova toda catita, skis e os restantes adereços. Na zona das televisões estavam a passar imgens precisamente da Austria e se aquilo é mesmo assim... pessoal... vou adorar! Montanhas enormes, completamente brancas... lindoooooooooooo! Eu depois mando fotos não se preocupem!!! Claro que, com tudo isto cheguei a casa faltavam 10 minutos para a minha aula de polaco, que mais uma vez se estendeu até às 10h da noite e mal tive tempo para fazer o que quer que fosse. Talvez amanha tenha tempo de vos mostrar as minhas novas aquisições!

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

De volta às velhas aventuras

Depois de mais uma apresentação respirei fundo e fui trabalhar mais leve. Sendo segunda-feira decidi sair um pouco mais cedo e ir ás compras. São os últimos saldos e queria aproveitar. Como passei o dia tudo ao computador e não me apetece escrever muito vou resumir tudo em tópicos:

1- Andava eu com a preocupação de que ao fim de 3 anos ia deitar as tralhas fora mas não há motivo para tal. Que o diga o meu tacho que nem 3 meses durou… pois… as pessoas ficam entretidas à conversa com o namorado e depois a comida esturra-se toda. Quase que accionei o alarme contra incêndios.

2- Objectivo das compras: casaco e tacho.
Resultados das compras: 3 peças de roupa bastante diferentes de um casaco e o tacho claro, que com a alimentação não se brinca.

3- Dois polacos perguntam-me as horas na rua. Eu entendi mas como para responder preciso aí de uns 5 minutos para ver as horas (ponteiros… ai os ponteiros) e outros 5 para pensar na frase em polaco, mostrei só o relógio. Mas o importante é que os entendi.

4- Ponto alto do dia: um polaco vem ter comigo perguntar onde era um determinado bar/clube. Eu, entre uma misturada de polaco e inglês, consegui fazer-me entender e explicar-lhe o caminho (ain ain… digam lá que não sou o vosso orgulho).

5- Venho a entrar na residência e vejo que alguns dos quartos tinham sido premiados com um papelinho na caixa (buraco) do correio. Claro que o meu também, que nestas coisas nada me escapa. Por sorte encontrei o Rafał à entrada e explicou-me que tenho que limpar a ventoinha da casa de banho. Pergunto-me qual foi o critério de selecção, mas é capaz de existir um sistema qualquer onde possam ver em que zona a canalização está mais suja. Agora pergunto-me… aquilo acciona quando acendo a luz e tenho que a limpar com a ventoinha desligada… às escuras? Já não basta ter que subir a uma cadeira, que nem sei se cabe naquele sítio, e não posso ver o que estou a fazer? Está mais que visto que tenho que pôr a imaginação a funcionar e arranjar uma engenhoca qualquer para resolver o problema.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Mika Grace Kelly

Não resisti a partilha-la com vocês... adoro esta musica desde a primeira vez que a ouvi! É cheia de energia! Ouçam...

Está fantástica, não está?

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Parabéns Palhice!

Tentei encontrar uma foto de uma palhice a apagar as velas mas depois lembrei-me... "oh que parva... Palhice só há uma... é a mana e mais nenhuma".

PARABÉNS!!!!!

E não te esqueças de pedir um desejo.


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Este é um aparte... até vou escrever em letrinhas pequeninas para não dar muito nas vistas! Devido ás dezenas de queixas que tive por causa do pessoal não conseguir comentar mudei umas coisas e agora está mais fácil! Já não têm razoes de queixa... tudo a comentar!

Hip Hop? De certeza?

Hoje voltei à pista de gelo. Para terceira vez acho que não está mesmo nada mal! Só já caí duas vezes… pronto ok… caí três mas a ultima foi já fora da pista. É que de manha estava tudo nevado e fora da pista também havia algum gelo que me apanhou desprevenida! Ia eu tudo contente atrás da Ewa a dizer “viste viste? Só caí duas vezes”… e pimba… chão… “ok pronto correcção… caí três!”

Fomos a esta hora porque a musica que ia passar era Hip Hop. Essa é a outra coisa que tenho que ensinar a estes polacos… eu não sou uma entendida no assunto mas sei que James Blunt e o seu Wiseman não é hip hop de certeza! Não acertam uma estes gajos!

Nanitos, nanitos e mais nanitos

Imaginem uma foto com cerca de 200 nanotubos, todos entrelaçados uns nos outros. Agora imaginem a árdua tarefa de, com uma régua, medir o diametro a todos... parece engraçado não é? Pois... na primeira meia hora, depois perde a piada toda! Passei o dia TODO a fazer isso. Já só vejo tubinhos em todo o lado...


terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Carnaval

Claro que não podia deixar passar este dia sem vos falar do fantástico Carnaval na Polónia.





Pronto… já está! (viram viram, piada à Moura)

Mas a verdade é que na Polónia NÃO HÁ CARNAVAL! Ou melhor, haver até há, mas nada do que estamos habituados. Para começar hoje não É dia de Carnaval mas sim o ÚLTIMO dia de Carnaval! A definição exacta de Carnaval em polaquês é: época desde o dia de ano novo até ao advento (40 dias antes da Páscoa), onde se devem fazer mais festas que o costume. Eles também se mascaram, não tanto como aí e fazem-no em qualquer dia desta época. Hoje como dia da despedida é suposto a festa ainda ser maior. Não… eu não fui, não porque me esteja a tornar anti-social mas porque já constatei que aqui as festas durante a semana não são grande coisa e não valem as minhas olheiras do dia a seguir. Claro que passei o dia a pensar na brasileirada toda a abanar o rabo enquanto eu estava enfiada em meia dúzia de metros cúbicos em frente ao computador, mas parece que vou ter que me habituar…

Nem televisão tenho para ver a festa… estou mesmo isolada do mundo! Contento-me com umas imagens, e é se quero!

Oh que misturada

Esta semana o meu trabalho tem-se resumido ao trabalho de secretária, ou seja passo o dia ao computador a ouvir rádio portuguesa. Quando eu não estou elas também só falam em polaco. No final do dia quando nos juntámos eram elas a falar-me em polaco, eu em português, ingles no meio.
Do tipo:
Ewa- the sample with alcohol is not so good so you don't need to repeat it.
Sara- Pois... não faz sentido!
A seguir gargalhadas das duas.
Pode parecer estupido mas depois de muito tempo sem falar, parece que o inglês encrava. É como às segundas-feiras de manhã... sai tudo trocado.

Oh que mistela... quase tão má como a das trupes...eheheh

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Castelo? Onde?

É muito bom chegar ao fim de dois meses e meio de estadia aqui e descobrir que ainda há novas coisas para ver, novas ruas para espreitar, novo chão para percorrer. O que eu não sabia era é que ainda não tinha visto o principal monumento de Szczecin… o Castelo! Eu nem sabia que a cidade tinha um castelo! A Ewa até deitou as mãos à cabeça… “mas tu andaste aí com um mapa a ver tudo e deixaste escapar o castelo?”. Pelos visto deixei… além de não ter a minha rua o mapa também não devia ter o famoso castelo (ou tinha mas já sabem como sou… não devo ter visto). No próximo Sábado já tenho programa!

Hoje é o dia 47 da minha estadia aqui até à Páscoa e daqui para a frente só faltam mais 47 dias… sim… estou no meio! A contagem decrescente começa agora… e sabe tão bem!

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Friday night

Primeiro trabalho... trabalho... trabalho... semana sem resultados coerentes!
Sexta à noite, cinema com a Ewa. Filme light e a seguir uma cerveja... ou duas...
Pois... duas cervejas... vista lindissima do maior edificio de Szczecin... a cidade é de facto enorme... segredos trocados! Novas ideias... e viva as pessoas que têm a força suficiente para vir conhecer o mundo!

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Olhá bola de berlim...

Sim hoje era o dia da bola de Berlim. Isto realmente inventam cada uma. Na Polónia a quinta-feira antes do advento (sim porque eles não sabiam que o Carnaval era só um dia e não dois meses, mas essa explico outro dia), é o dia do que traduzido à letra será qualquer coisa do género “aniversário da gordura”… e então vá de comer bolas de Berlim. Eles nem sabiam que se chamavam assim em Portugal, pois as bolas não vêm de Berlim mas são feitas em cada país. Aqui as mais tradicionais têm um recheio vermelho por dentro que é feito dos frutos típicos de cá (mistura de morango, amora e outros frutos duvidosos que eu não sei o nome) e são muito boas… diferentes, mas boas. A mim ofereceram-me duas e cheirava a bolos em todo o lado. Um professor disse-me que a tradição para um polaco normal era comer 5… pois pois… e depois ia a rebolar até casa! A seguir fui ás compras e só se viam pessoas com sacos cheios delas… quando digo cheios é tipo 20 bolas num saco (juro que não estou a exagerar). No supermercado havia promoção e tiveram a ideia de ao fundo de cada corredor pôr um expositor com bolas! Nas caixas havia bolas em todos os braços. Na residência cheirava a bolas. Resumindo: JÁ NÃO POSSO VER BOLAS DE BERLIM À FRENTE!!! Até o meu blog foi contaminado com esta praga!

Já agora… levo uma bola de Berlim polaca a quem descobrir porque é que em Portugal se chamam assim… Eu sei que têm mais que fazer, mas eu também… e é só se quiserem bolinhas!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Um elogio ao amor

"Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes (…) O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. (…) O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado do que quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

Miguel Esteves Cardoso


Por isso deixem-se de tretas e façam de cada dia um dia para namorar e amar… um dia dos namorados… uma semana dos namorados… um mês dos namorados… uma vida inteira de namorados…

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Mosquitos

Uma coisa que nunca vos disse é que na Polónia não existem aranhas, mosquitos ou moscas. Quer dizer… suponho que seja do frio no verão talvez apareçam alguns mas não é mesmo nada comum! Para mim não deixa de ser estranho, olhar para o tecto e não ver uma teia, ou para a janela e não ver os pequenos presentes que estes animaizinhos nos costumam deixar!

Bem… isto era o que eu achava até hoje! Sim hoje vi o meu primeiro mosquito polaco! Aposto que não adivinham onde! Pois… nada disso que estão a pensar… foi mesmo dentro do frasco de DMF! Tirei um bocado de solução e veio de lá um mosquito, já afogado ‘tadinho! Devia ser um mosquito otário porque podia ter um país inteiro só para ele e foi aterrar num frasco de DMF! Não deve ter lido as instruções porque aquilo é cancerígeno e tudo.

Pronto agora já têm uma ideia de como se fica um mês e meio depois de se estar no estrangeiro e longe de casa… fica-se assim… a falar de mosquitos e outras parvoíces num blog que até tinha tudo para ser sério… ou quase tudo!

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Descoberta do século

Hoje pus-me a pensar no polaco… nas letras complicadas… e de repente associei tudo! Claro… como é que eu não me lembrei disto antes! Está tudo explicado! È verdade… ás vezes coisas tão óbvias atravessam-se à nossa frente e andamos tão distraídos nas nossas vidinhas que não damos conta delas. Tenho que partilhar com vocês esta minha descoberta… não cientifica mas importante! Muito importante! Aqui vai…

O Moura não tem uma deficiência na fala… não… ele nasceu foi no país errado! Em polaco existe uma letra que é “ł” que se lê exactamente como ele lê os nossos “l” normais! Senão vejam… o nome comum no nosso país Rafael, aqui escreve-se Rafał, ou seja lê-se “Rafaeu”… exactamente como o Moura o lê aí! Está tudo explicado… Vá acabou… tá tudo a deixar o rapaz em paz que ele é mas é muito à frente e começou a aprender polaco muito antes de mim! Quem diria…

Vês loiro… senão fosse eu serias um incompreendido o resto da vida! Quem é amiga, quem é?


P.S. Pus umas fotos no post da Lee. Só porque não quero que lhe falte nada.

Quão portugas vocês acham que são?

Decidi tirar o domingo só para mim e descansar realmente. Passei-o a falar com o pessoal, ver filmes e a ler. Esteve um dia ultra cinzento lá fora e só saí por meia hora para ir buscar mantimentos. Pensei que congelava!

Se quiserem saber se são uns verdadeiros portugueses façam o teste aqui. Eu fiz e o resultado disse-me que sim senhor, sou uma portuga digna do nome. Identifiquei-me sobretudo com aquela do lamber a tampa do iogurte. Sim… faço sempre isso e já tinha reparado que aqui quando o faço sou olhada um bocado de lado, mas o que eu não sabia é que isso indicava a minha nacionalidade. Mas ainda bem… façam como eu… mostrem que são portugueses e lambam a tampa do iogurte… ou outra coisa qualquer.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Lee... este é para ti...

Hoje quero dedicar este post a uma das pessoas mais importantes da minha vida… não, não é da família… não é a palhice, não é o meu Bruno, mas sim aquela com quem tantas historias partilhei… tantos segredos, tanta cumplicidade… sim ela mesmo… aquela a quem tantas vezes chamo de “alma gémea feminina”… LEE este post é para ti!

Sinto a tua falta todos os dias. Pronto, não é só a tua mas a ti ainda te sinto mais longe, porque custa pensar que depois de termos vivido os nossos anos mais loucos juntas provavelmente não vamos voltar a estar na mesma cidade, ou pelo menos é muito difícil.

Lembrei-me de escrever para ti porque hoje tive mesmo um dia à Lee. Olhei para o meu quarto e pensei… vou mudar as coisas de sítio (a Lee fazia isto quase todas as semanas)! É que viver num espaço tão pequeno acaba por se tornar monótono. A seguir almocei massa e lembrei-me logo daquelas indecisões dela ás refeições “não sei se faço massa com carne ou massa com salsichas”. Já sabes amanhã é a tua vez de comeres ovos mexidos com batata palha (private joke, desculpem lá). Ou quando chegares a casa podes sempre comer torradas sem as torrar. Ou tantas outras coisas que fizemos por querer outras nem tanto…

Nascer do sol na marquise, caminhadas para casa de manhã, jantares no meu quarto, fotos no teu, shots no La Rumba, o sorriso, os filmes de domingo à noite, as conversas até às tantas da noite, as coisas urgentes que tinha para te dizer e portanto acordar-te a qualquer hora… enfim… loucuras! Mas loucuras tão saudaveis e que deixam tantas saudades!

És única e não imagino os meus tempos de universidade sem ti… OBRIGADO!

Não quero que te falte nada! Aqui vão as brilhantes fotos!

sábado, 10 de fevereiro de 2007

De volta...

Eu sei que estive dois dias sem escrever mas não tive tempo nenhum. O único tempo que estive em casa aproveitei-o para dormir e trabalhar. Sim, é que isto de fazer babysitting de gente grande não é nada fácil.

A Carla (ragazza from italy) veio na terça à noite e passei o resto dos dias a tomar conta dela. Ficou numa residência ao lado da minha e eu tive que a alimentar. Ao final do terceiro dia (hoje) posso confessar que estou cansadíssima de tudo! Para mim não foi fácil ter alguém sempre atrás de mim, para todo lado. Senti falta do meu sossego e da minha privacidade, principalmente porque ela faz imensas perguntas. Mas também posso dizer que hoje aprecio e dou muito mais valor quando elas fizeram o mesmo por mim no início. Agora sei o que custa. A Carla não é (e desconfio que nunca será) tão independente como eu. Eu no primeiro dia fui para casa sozinha, sem medo de me perder, enquanto que ela hoje queria ir dar uma volta ao carrefour (5 minutos a pé), mas não foi porque não tinha a certeza do caminho. Nós bem insistimos para ela ir ver a cidade, mas nada… ela preferiu ficar os dias todos fechada dentro do laboratório a olhar para nós! Hoje o Mark também estava cá e também fiz de babysitter dele porque precisou de ir buscar documentos ao centro (coisa que eu, rapariga com menos 15 anos que ele fiz sozinha). Resumindo, quase não fiz nada no laboratório toda a semana, não entreguei o que a Ewa me pediu com urgência (vou entregar segunda com uma semana de atraso! Detesto isso!) e fartei-me de comer fora! Eu sei que parece que estou aqui só para falar mal, mas a sério que não… simplesmente estou exausta e aliviada por a semana ter acabado.

Pormenores da ragazza, no geral ela é muito simpática. Estivemos numa festa na quarta à noite, onde confesso bebi demais e se calhar o meu cansaço também vem daí, porque no dia a seguir fui trabalhar depois de 5 cervejas (não esquecer que 5 cervejas = 2,5L) e 4 horas de sono, mas ela mostrou-se sociável e muito divertida. Cometeu alguns erros principalmente por causa da sua enorme curiosidade. Sim, meia hora depois de conhecer a Ewa perguntou-lhe se era casada ou tinha namorado e a Ewa ficou fula. Esta gente não fala de todo sobre a vida privada para gente que não conhece. Dei umas dicas discretas e ela pareceu entender mas no final do dia quando conheceu o Mark voltou a fazer imensas perguntas. Pensei para mim “amanhã tenho que mudar de estratégia”. Hoje teve um último “teste” com a Ewa, uma conversa em privado e depois quando a vi perguntei-lhe “como foi a conversa?”. Ela disse boa e ia começar a relatar tudinho quando eu disse “não, eu não quero saber, é privado guarda-o só para ti”. Claro que já sabia tudo porque a Ewa me tinha contado mas acho que ela percebeu onde eu queria chegar. Houve outras situações mas não vos quero chatear com mais pormenores. Ela é muito inocente e parece que vamos ter que lhe ensinar tudo, mas por mim tudo bem. Não sou mãe de ninguém, mas para algumas coisas posso abrir-lhe os olhos. A Ala diz o mesmo. Ela vai ficar mas só vai saber a resposta daqui a 2 semanas. O indiano continua á espera, o desgraçado.

Acho que em algumas situações não fomos politicamente correctas, mas teve mesmo que ser, porque para a rapariga meia palavra não basta, às vezes nem três vezes… mas enfim! Amanha vou-lhe dizer adeus até Maio e regressar à minha vidinha normal e sossegada. Mas toda esta situação teve coisas boas, pois fiquei ainda mais próxima da Ewa e da Ala. Apesar de ser a minha função tomar conta da Carla e do Mark elas entenderam o meu cansaço e então combinamos manda-los almoçar os dois e aproveitamos essa hora só as três para trocarmos impressões (bem falando… cusquices de mulher). Ainda pensamos fugir para o shopping mas a Ewa tinha que viajar para a Alemanha e não queria perder o comboio. Doidas… é o que nós somos…

Agora caminha que amanha tenho que me levantar cedo para entregar a ragazza ao táxi e dizer-lhe adeus!

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Portugal... Potugal... Portugal...

Mais um dia que mais valia ter ficado a dormir a manhã toda. Não, não parti nada e também não fiz nenhuma asneira (se calhar só por isso já valeu a pena ter-me levantado), mas o que andei a fazer não deu em nada. Repeti a melhor amostra de todas e sabe-se lá porquê aquilo não deu nada! Nem uma fuligenzinha preta… nada! Mas como na natureza nada se cria, nada se perde tudo se transforma, amanhã tenho que ir ver onde foi parar a amostra.

A Ala saiu cedo para ir a Berlim buscar a italiana e eu e a Ewa saímos às 14.30 (no meu gabinete até fizeram festa por eu sair tão cedo) e fomos patinar. Isto agora patins novos é que é… é que os meus têm umas ranhuras que me ajudam a equilibrar e a coisa fica mais fácil. Andei o tempo todo no meio, sozinha sem parede e até conversamos enquanto patinávamos. Claro que ás vezes me entusiasmava, ganhava velocidade e estatelava-me no chão. Só foram 4 vezes… não, não estou a piorar eu é que abusei da sorte! Gostava que tivessem visto o último tombo. Estão a ver naqueles filmes do sozinho em casa, quando os ladroes começam a dar ás pernas e acabam por cair de costas? Foi tal e qual… comecei a dar aos pés e caí de tal maneira que a primeira coisa que pus no chão foram as costas… e a cabeça! Sim esse doeu, mas foi o mais engraçado. Mas hoje também aprendi algo novo… a levantar-me sozinha do chão! Sim é que os braços da Ewa já não aguentavam mais!

À noite levei a italiana ás compras e mostrei-lhe a residência onde ela vai ficar. Não a consigo descrever. A rapariga está em alto stress por causa da entrevista e está sempre a dizer obrigado por tudo! Revejo-me nela quando cheguei aqui no primeiro dia. É tudo tão confuso! Apesar de achar que lhe falta ali qualquer coisa acho que a rapariga nem deve ser má pessoa. Sinceramente olhando para ela, não a estou a imaginar a mandar aquela foto com os amigos! E faltar qualquer coisa desconfio que vai faltar sempre, porque se já é difícil encontrar três pessoas tão parecidas como nós, imagino que quatro seja quase impossível! Mas pronto, temos muitos dias para a observar e para ver se é a pessoas que queremos. O que for será!

PORTUGAL! PORTUGAL! PORTUGAL! 2-0... vão sambar para a vossa terra que estes já cá cantam! Descobri hoje que jogamos contra a Polónia a 8 de Setembro... aí sim, vai ser interessante!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Escravos... eheheh

Há duas raparigas que escolheram o nosso grupo para fazer mestrado. Uma delas parece que é boa rapariga, mas a outra ninguém gosta dela e tivemos que a aceitar porque a tia dela trabalha cá na universidade noutro grupo e pediu ao big boss. A Ewa desconfia que foi a tia que a mandou para nos espiar porque anda sempre a difamar o nosso grupo (é verdade, andou a dizer que os métodos que usamos não são correctos, mas vê-se quem vai a Kirchberg e quem fica por cá!). Também é costume serem os estudantes de doutoramento a orientar os mestrados no laboratório e já que são duas, é uma para mim outra para a Ala. Ao princípio disseram-me que não tinha que me preocupar pois eu ficava com a mais simpática, mas a Ala estava tão triste!!! Ela já lhe deu aulas e parece que não gosta mesmo da rapariga. A seguir fizeram-me a seguinte descrição da moça: tens boas notas, mas não impressiona porque pode ser só marrona, tem a mania que é boa, filhinha do papá e tem o nariz mesmo muito empinado. Não gosto nada de gente assim, feita importante, então disse “não se preocupem, eu fico com ela, assim “educo-a” logo desde o início que ela a mim não me conhece”. A Ewa também me explicou que os mestrados estão lá para aprender e portanto devem fazer todo o tipo de trabalho, inclusive posso pô-la a fazer coisas que eu não gosto de fazer (filtrações… vou estar três meses sem fazer uma filtração…yupiiii). Primeiro vou ver se a rapariga é mesmo assim ou se é exagero delas, mas se for… está feita connosco (sim porque elas disseram que me ajudavam em tudo). E se por acaso descobrir que há fugas de informação para a tiazinha aí sim… arrepende-se de ter escolhido o nosso grupo! Mas posso esperar para ver a dita cuja!

Outra que mal posso esperar para conhecer é a Italiana… sim, aquela que mandou uma foto com os amigos. Vem amanhã e tem entrevista na quarta-feira. A cena é que só vai embora no sábado e até lá eu é que tenho que a aturar. Só espero que seja melhorzinha que o indiano. Pelo menos mais perceptível. Veremos… amanhã veremos!

Mais vale tarde que nunca

No Sábado esqueci-me de dizer que quando fomos patinar fomos aquela hora porque a Ewa queria apanhar salsa na pista (os polacos são mesmo doidos por salsa!). Pois andei lá quase uma hora e praticamente só passou música brasileira mixada. Foi muito fixe ter um som conhecido a acompanhar as minhas quedas. Afinal existe música brasileira por aqui, nunca está é onde a esperamos.

Além disso e como prometi aqui estão as fotos da neve. Duas semanas depois… mas aqui vão. Sim, finalmente o meu computador e o telemóvel fizeram as pazes, mas estava difícil. Espero que gostem.


Vista da janela do meu quarto assim que acordei


O edificio que se vê ao fundo é a Universidade

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Três tombos depois... estou viva!

De manha era suposto ficar a trabalhar, mas o sol estava tão brilhante que me decidi por um passeio. Como tinha que ir às compras fui a outro supermercado mais longe e no caminho explorei as redondezas. Eu a pensar que a cidade nem era assim tão grande… pois só que os bairros aqui em volta são como se fossem outra cidade… enormes! E perguntam vocês cm é que eu sei? Será que ela andou tanto assim? Não…. Dois meses depois encontrei à venda um mapa da cidade e claro, comprei-o.

No caminho, descobri um arvoredo giríssimo e pensei tenho que lá ir… e fui… era o cemitério! Mas a sério, não tem nada a ver com os nossos, que são só de pedra e mais pedra. Aqui as campas espalham-se em grupos (não sei se têm alguma ordem especial ou não) e ficam no meio da floresta, onde os passarinhos cantam e há flores em volta! Muito menos mórbidos que os nossos!

Quando regressei a casa a Ewa desafiou-me para irmos patinar no gelo. Nunca tinha experimentado e foi a loucura! Claro que isto merece pormenores:

Sensação 1 – Antes de tudo começar: Medo…medo…medo… e se venho de lá toda partida?

Sensação 2 – Ao pisar chão normal: ah… isto afinal não é assim tão mau!

Sensação 3 – Ao pisar o gelo a primeira vez: Aaaaahhhh como é que alguém consegue andar aqui sem cair!!! Nesta parte houve um diálogo engraçado:

Sara: Ewa, Ewa… isto escorrega!
Ewa: Sim Sara, foi o que viemos cá fazer! Para patinar tem que escorregar.

Sensação 4 - Os primeiros passos sozinha: Isto é difícil mas com o tempo vai lá.

Sensação 5 - O primeiro tombo: E agora? Como é se faz para levantar?

Sensação 6 – No final: Isto é o máximo! Tenho mesmo que aprender melhor.

E pronto… foi assim a minha primeira aventura numa pista de gelo. Os tombos não magoam e o que importa é não desistir. A seguir fomos até ao Galáxia dar um giro e adivinhem… acabei por comprar uns patins! Sim é que hoje foram alugados e tresandavam que nem vos conto. Agora tenho os meus que são mais giros, confortáveis e apropriados para uma principiante. Na próxima terça vamos lá outra vez… loucura!!!!!

Claro que agora estou mais morta que viva e dói-me tudo, mas contente por ter experimentado! A Ewa diz que é um pequeno treino para o ski, que é três vezes pior e mais difícil! Uiiii… mas também vou experimentar… nos Alpes… eheheh. Mal posso esperar por essa semana!

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Burra! Burra! Burra!

Às vezes detesto mesmo a minha distracção! Estive o dia todo a fazer um procedimento novo para analisarmos as amostras por UV/Vis adequadamente. Como a Ewa queria aquilo para ontem comecei logo de manha para conseguir medir ainda esta tarde. E consegui! Cheguei ao aparelho e o resultado não era nada do que estava à espera! Mas porquê? Tentei de tudo, fiz de todas as maneiras possíveis, inventei e nada! Mas porque é que isto não dá? Já a deitar curvas tortas pelos olhos começo a olhar para o caderno em busca de uma solução… meia hora depois encontrei o erro: um zero a mais logo na primeira conta! Sim porque 50mg são 0,050g e não 0,005g! E pronto… vai-se assim um dia inteiro de trabalho para a sucata. Como me disse a minha mãe “mais valia teres ficado a dormir!”

A sorte é que a Ewa leva sempre na boa e farta-se de rir quando me zango comigo mesma! Para compensar arrancou-me do laboratório às 4h (arrancou porque eu queria repetir tudo ainda hoje) e fomos as três almoçar/jantar. Fomos a um restaurante supergiro onde a decoração era a imitar uma casa antiga… tipo as casas dos nossos avós na aldeia. Tinha a lenha ao pé da lareira, os bancos eram de madeira e tinha panelas de ferro penduradas, o menu era numa folha a imitar papiro, tão a ver? Mas ao mesmo tempo tinha um ar moderno… não consigo explicar melhor mas era mesmo muito à frente! Estivemos a falar da nossa futura semana na Áustria (Kirchberg – Tirol). Pelo que elas contam aquilo é mesmo a loucura. É uma semana completamente diferente porque é uma conferência também completamente diferente. Elas disseram-me que o ano passado assistiram a tudo o que era apresentação, ao que eu respondi “ah sim?” enquanto pensava “grande seca!”, mas depois elas completaram “é que eles têm um ecrã no bar que transmite as conferencias e nós assistimos à maioria delas sentadas lá a beber vinho”. E depois queixam-se que vão fazer ski e caem… pois… olha a admiração! Já viram onde me vim meter… são piores que eu…